terça-feira, 7 de agosto de 2007

Bergman, Antoninoni e o eclipse de uma era do cinema 1/3

As mortes, em 30 de julho, do sueco Ingrid Bergman (nascido em 1918) e do italiano Michelangelo Antonioni (1912) significaram mais do que uma coincidência quase cinematográfica. Em muitos aspectos, o falecimento dos dois pode ser visto como evidência do “fim de uma era” na história no cinema.
Uma “era” formada por uma geração de artistas que soube impregnar as telas dos cinemas com filmes que, ao mesmo tempo, expressam visões extremamente pessoais e autorais do mundo, e questionamentos que dizem respeito a todo e qualquer ser humano dotado de sensibilidade suficiente para ver beleza e inspiração até mesmo naqueles aspectos mais contraditórios (e, por isso, mais ricos) da vida.
Uma geração da qual fizeram parte gente como o espanhol Luis Buñuel, o japonês Akira Kurosawa, os italianos Federico Fellini e Píer Paolo Pasolini e um punhado de outros. Cineastas com os quais Bergman e Antonioni, inclusive, mantiveram um intenso diálogo.
Agora, com a morte de dois dos últimos representantes desta geração – e, também, diante da mais que questionável qualidade da atual produção cinematográfica –, não é um exagero perguntar se estamos diante do fim de uma era do cinema. Algo cuja resposta, talvez, se encontre no significado da obra dos cineastas sueco e italiano.

Wilson H. da Silva

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